O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi ouvido nesta sexta-feira (5) na Justiça Federal. Ele pediu para ser interrogado de novo, depois que se tornou réu confesso, e disse que a propina de empresas de transportes no estado do Rio ? via a Fetranspor, federação das empresas ? começou no governo Moreira Franco, no fim dos anos 1980, passando ainda pelos governos de Leonel Brizola, Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.
A audiência desta sexta foi sobre a Operação Ponto Final, que investiga irregularidades no setor de transportes. Logo no início da audiência o ex-governador afirmou que foi ?com o coração aberto?. Além dos ex-governadores, Cabral também citou empresários, membros do Judiciário, deputados, o prefeito Crivella e o ex-prefeito Eduardo Paes.
Cabral citou o período anterior, comandado por Leonel Brizola, quando as empresas foram ?encampadas?, e houve desordem no serviço público.
?Moreira Franco é o governador, em 1987 e em 1990 é feita a recuperação das empresas [de transporte]. Cria-se na Alerj a primeira propina instituída para o deputado Gilberto Rodrigues, presidente da Alerj e, do ponto de vista jurídico, o procurador de Justiça [do Ministério Público] Carlo Navega dava soluções jurídicas na volta às suas mãos particulares. Ele colaborou com o retorno das empresas às mãos [dos empresários], e recebia junto com o governador Moreira Franco e [com o deputado] Gilberto Rodrigues, junto com o deputado Claudio Moacir, e membros do Tribunal de Justiça?, disse Cabral.
Durante o governo Moreira Franco, Cabral foi diretor da Companhia Estadual de Turismo (TurisRio). Depois, segundo ele, Brizola ?voltou com outra postura?, e a caixinha foi sido administrada pelo médico e secretário de transportes Pedro Valente, com o aval de Brizola, de acordo com Cabral.
Fonte: G1
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