Após a apresentação da PEC da Previdência, economistas e analistas debruçam-se, agora, em torno do impacto fiscal aos cofres públicos com as mudanças no sistema de aposentadoria. A equipe econômica do governo estima que, num período de 10 anos, a nova Previdência deve gerar economia de R$ 1,1 trilhão, e, pelos próximos 20 anos, R$ 4,5 trilhões.
O banco Citibank estimou, na segunda-feira, que, com a aprovação da reforma, a perspectiva era de que o governo conseguisse economizar R$ 500 bilhões em 10 anos, ou seja, metade do valor calculado pela equipe econômica. Na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que pode negociar alguns pontos do texto, como forma de atender a setores da sociedade e a estados, porém, com a exigência de que a economia deve ser acima de R$ 1 trilhão pela próxima década.
Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, a proposta do governo deve garantir sustentação no Congresso por apresentar pontos sólidos, mas, como o texto está em estágio inicial, fica difícil avaliar que ponto atingirá. ?Pode ser aprovada uma PEC que economize entre R$ 700 bilhões e 800 bilhões, mas ninguém sabe. A proposta é consistente, tem fundamento, começo, meio e fim, além de que também coloca os estados a favor dela, incluindo unidades da Federação e governadores que estão em situação financeira ruim. A meu ver, existe uma probabilidade razoável de a reforma ser aprovada em boa parte.?
Já para o economista da Sulamérica Investimentos Newton Rosa, a tramitação do projeto vai exigir muita negociação e o texto deve demandar meses para ser aprovado. ?É difícil dizer o quanto o governo conseguirá, realmente, economizar, mas acredito que gire em torno de 70% do valor original, e o mercado já trabalha com isso?, afirmou.
Vilma Pinto, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV), disse ser ainda cedo para avaliar a real geração de economia com a PEC. ?Muita gente diz que a reforma está superestimada, mas precisamos fazer a conta para provar se está ou não, o que não consegui. Ainda é um pouco cedo, pois a reforma mexe em vários pontos?, ressaltou. Segundo ela, ?o texto tende a ser ?desidratado? no Congresso?, em decorrência da complexa tramitação.
Fonte: Correio Braziliense
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