O Ceará viveu o 6º dia seguido de uma onda de violência que atinge o estado desde quarta-feira (2). Na madrugada dessa segunda-feira (7), bandidos incendiaram uma ambulância em Reriutaba, uma loja de móveis em Fortaleza e atacaram uma rádio e a Câmara dos Vereadores da cidade de Icó.
Em todo o estado, ocorreram 153 ações criminosas nos últimos seis dias. A Força Nacional foi chamada para reforçar a segurança e começou a atuar nas ruas na noite de sábado (5). Nessa segunda-feira, parte do comércio fechou as portas devido a ameças de criminosos, e o Governo do Estado do Ceará anunciou que mais 200 agentes da tropa federal chegariam ao estado.
Em resposta aos crimes, o governo do Ceará informou que transferiu um dos chefes de uma facção criminosa para um presídio federal. Dezenove detentos também devem ser levados para outras unidades prisionais nos próximos dias.
O governo federal ofereceu 60 vagas em presídios federais para receber integrantes de facções que atuam no estado. Atualmente, algumas unidades prisionais do Ceará separam presos conforme os grupos criminosos.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 148 pessoas suspeitas de participar dos crimes foram detidas, e dois homens morreram em confronto com policiais. Pelo menos 60 prisões ocorreram após a chegada de tropas da Força Nacional ao Ceará.
Motivação
O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou que a nomeação do novo secretário de Administração Penitenciária do estado, Luís Mauro Albuquerque, provocou a onda de ataque. Segundo André Costa ?a criminalidade já conhecia o trabalho? do novo gestor da pasta que administra os presídios do Ceará.
?Só a indicação dele já causou essa reação dos criminosos. O Governo do Estado do Ceará já conhecia o trabalho do secretário no Rio Grande do Norte. Obviamente também a criminalidade já conhecia já que é um estado vizinho e próximo?, afirmou André Costa.
A sequência de ações criminosas ocorreu após uma fala de Mauro Albuquerque, que prometeu fiscalizar com mais rigor a entrada de celulares nos presídios. Desde o início da onda de crimes, agentes penitenciários apreenderam 407 celulares em presídios. Em uma das ações, os presos fizeram um motim.
O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, afirmou que os atentados são uma represália ao discurso de maior controle.
Nesta segunda, mulheres de presidiário bloquearam um trecho da BR-116 em frente ao maior complexo prisional do Ceará. Elas exibiram cartazes pedindo a saída do secretário Mauro Albuquerque.
Fonte: G1