As centrais sindicais de todo o país estão convocando os trabalhadores, em suas categorias, para uma greve geral nesta segunda-feira (19). O motivo da paralisação, é a realização de atos de protesto, em todas as cidades brasileiras, contra a votação da reforma da previdência, que deve ser colocada na pauta da Câmara dos Deputados esta semana.
Depois de várias tentativas frustradas, a nova proposta do governo, que prevê aumento da idade mínima de concessão da aposentadoria para 62 anos, no caso das mulheres, e 65 anos para os homens, deve ser votada entre os dias 19, 20 ou 21 de fevereiro na Câmara dos Deputados, se a base aliada garantir os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional.
"Não votaram até agora porque não têm votos. Os deputados estão com medo de aprovar essa proposta nefasta e não serem reeleitos", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Segundo Vagner, a campanha "se votar, não volta", feita sem recursos, que contou apenas com o trabalho incansável e determinação da militância e dos dirigentes que foram a aeroportos, as bases dos deputados e em todos os espaços públicos onde eles estiveram nos últimos meses fez mais efeito do que as campanhas do governo em rádios e TVs.
"Temos de aumentar ainda mais a pressão nos deputados. Quem aprovar o fim da aposentadoria pode vestir o pijama, pois pra Brasília não volta. Nunca mais vai ser eleito", enfatizou Freitas.
A Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), os sindicatos filiados e os movimentos sociais estão convocando os trabalhadores para um ato político que está marcado para às 15h, desta segunda-feira, no Parque 13 de Maio, bairro de Santo Amaro, em Recife.
"A greve é a única resposta da classe trabalhadora contra a nova ofensiva de propaganda mentirosa do golpista e ilegítimo Michel Temer para acabar com o direito de se aposentar com dignidade. Já está consolidado que não existe rombo ou déficit, através da CPI na Previdência", explica o presidente da CUT-PE, Carlos Veras.
Segundo ele, o que existem são dívidas milionárias de empresas que não pagam, muita sonegação, renúncia fiscal e desvio de 30% dos recursos por mês para outras áreas, através da Desvinculação das Receitas da União (DRU).
"Nos últimos 15 anos, o Governo Federal deixou de arrecadar mais de R$ 4,7 trilhões com desvios, sonegações e dívidas. A reforma da previdência não corta privilégios, mas retira direitos e desmonta a previdência pública para favorecer os planos de previdência dos bancos, que financiaram o golpe e querem aumentar ainda mais os seus lucros e a exploração contra a classe trabalhadora", pontuou Veras.
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