O medo da febre amarela está provocando uma verdadeira corrida aos postos de vacinação do Rio de Janeiro. Tem gente acordando no meio da madrugada para tentar uma senha para conseguir a vacina. Muitos, no entanto, têm a viagem perdida ao saber que no posto não tem a dose da vacina.
Em uma unidade de saúde do Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital, cerca de 30 pessoas já estavam na fila antes do sol nascer nesta quarta-feira (17). O primeiro a chegar disse que lá estava desde as 4h40. Na terça-feira, o posto não tinha doses suficientes para atender à demanda.
"A enfermeira falou para mim que chegaram 300 doses e depois não teve mais", contou Priscila, que procurou a unidade na tarde de terça e, sem conseguir se vacinar, decidiu retornar ao posto ainda na madrugada desta quarta-feira.
"Acordei às 4h e cheguei aqui 5h10. Não quero pegar essa doença não", disse a jovem.
A corrida aos postos ocorreu após a confirmação de mais duas mortes em decorrência da doença no estado. Só na segunda-feira (15), 26,2 mil pessoas procuraram os 232 postos de vacinação da capital, conforme balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde. O número supera em 10 mil o total de pessoas vacinadas na cidade em dezembro.
Desde janeiro de 2017, a vacinação contra a febre amarela está disponível nas clinicas da familia e centros municipais de saúde com salas de vacinação. A Secretaria Estadual de Saúde informou que, desde janeiro de 2017, já distribuiu mais de 6,7 milhões de doses da vacina em todo o estado.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, na noite de segunda-feira (15), mais dois casos de febre amarela em humanos no Estado do Rio de Janeiro em 2018. Dois moradores de Valença, no Sul Fluminense morreram após contraírem a doença.
O resultado foi confirmado após exames laboratoriais realizados pela Fiocruz. Assim, foram confirmados quatro casos no estado em 2018, até o momento: três em Valença, sendo duas mortes, e mais um óbito em Teresópolis. Desde julho do ano passado, todos os 92 municípios do estado já estão incluídos na área de recomendação da vacina e a campanha de vacinação permanece.
Os casos registrados até agora no estado do Rio são do tipo silvestre, transmitido pelas espécies de mosquito Haemagogus e Sabeths, presentes em áreas demata. Não há registro da forma urbana da doença, transmitida pelo Aedes aegypti, desde 1942 no país.
G1
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