Três mulheres foram presas suspeitas de integrarem uma associação criminosa com atuação em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A organização foi desarticulada durante a 'Operação Alcateia 2', apresentada ontem (19), pela Polícia Civil.
Seis detentos do sistema prisional também são apontados como membros da associação que comandava o tráfico de drogas e ordenava mortes de dentro do presídio. Ainda é atribuído ao grupo o crime de associação para o tráfico.
As investigações da segunda fase da ação começaram em janeiro deste ano, como desdobramento da 'Operação Alcateia', deflagrada em dezembro de 2016. Inicialmente os delegados investigavam crimes de homicídios na região, quando descobriram que as mortes estavam ligadas a venda de drogas. A atuação ocorria em Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Igarassu.
O delegado Magno Neves garantiu que cerca de 90% dos assassinatos envolvendo detentos do sistema semiaberto e ex-presidiários eram motivados pela liderança do tráfico de drogas nas cidades de atuação da associação criminosa.
"Essa operação visou o tráfico de entorpecentes aqui em Petrolina, como também trazer um freio na quantidade de mortes que vem ocorrendo. Vários assassinatos são ordenados de dentro da penitenciária. Como essa parte está com a delegacia de homicídios, é sigilosa e não podemos detalhar para não atrapalhar as investigações.", explicou Magno Neves.
"No decorrer das investigações ficou claro a participação dessas pessoas em alguns homicídios aqui na cidade de Petrolina. Essas investigações estão em andamento e serão concluídas no seu devido tempo e encaminhadas a justiça para que essas pessoas, além de tráfico e associação para o tráfico, possam responder pelos homicídios", detalhou o delegado Marceone Ferreira.
Na 'Operação Alcateia 2', dois presos de Petrolina foram identificados como mandantes dos crimes.
"Nessa segunda etapa figuraram duas pessoas, um homem preso na penitenciária Dr. Edvaldo Gomes e uma mulher que está na cadeia pública da cidade. De lá, eles tinham pessoas extra-muro para fazer a distribuição das drogas. A mulher contava inclusive com os filhos para fazer a distribuição dos entorpecentes fora do muro, assim como introduzir a droga dentro da penitenciária", contou Magno Neves.
Além dos mandados de prisão preventiva, foram cumpridos nove de busca e apreensão, sendo seis dentro de penitenciárias. De acordo com informações da PC, os mandados de busca e apreensão ocorreram dentro do sistema prisional devido ao envolvimento de detentos nos crimes.
Durante as duas operações foram apreendidos 340 gramas de crack, 3,5 kg de cocaína, 21,5 kg de maconha, R$ 7.410 de dinheiro em espécie, quatro celulares, duas balanças de precisão, um revólver calibre 38, uma pistola calibre 380 e 30 munições calibre 380. O material pertencia ao homem apontado como líder da associação, um detento da penitenciária Dr. Edvaldo Gomes.
Os presos e os materiais apreendidos foram encaminhados para a 26ª Delegacia Seccional de Petrolina, localizada no 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM) e em seguida recolhidos para a cadeira pública. Participaram da operação 100 policiais entre civis e militares.
Fonte: Blog Didi Galvão
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