A Delegacia Especializada no Combate à Exploração da Criança e dos Adolescente de Fortaleza investiga um caso de estupro coletivo na Escola Municipal Gabriel Cavalcante, no bairro Presidente Kennedy, na periferia de Fortaleza, contra um aluno com necessidades especiais de 9 anos, que cursa o terceiro ano do ensino fundamental.
Nesta terça-feira, 14, às 10 horas, haverá na Delegacia do Menor e do Adolescente uma audiência para ouvir o pais da criança e a diretoria da escola.
A família denunciou ao Conselho Tutelar que o menino, que estuda há três anos na escola, foi abusado sexualmente por outras crianças de 9 a 11 anos, na segunda-feira da semana passada, 6.
A investigação está sob sigilo, conforme os policiais civis, "para não atrapalhar a apuração do caso". Os pais da criança procuraram o Conselho Tutelar para informar do caso e foi feito exame de corpo delito, onde foi constatado o abuso.
"Meu menino toma remédio controlado e com o estupro tivemos que aumentar a dosagem. Agora ele está mais tranquilo. Antes do estupro, ele sofria bullying dos colegas", relatou ao Estado o pai do menino, que pediu para não ser identificado.
Os pais da criança dizem que o menino foi violentado sexualmente por cinco garotos. A mãe da vítima, que também pediu a preservação do seu nome, disse que o grupo se dividiu: uns o seguravam, enquanto outros tapavam a boca do filho dela para não gritar, e os demais o violentavam. Após o estupro, o menino teria comunicado o fato à direção da escola, mas a diretora não acreditou no relato da criança.
"Na segunda-feira passada, encontrei meu filho, às cinco da tarde, quando fui buscá-lo no colégio. Ele vinha sozinho, chorando, muito nervoso, se tremendo e eu perguntei o que tinha acontecido", disse o pai. "(Ele) disse que os meninos o pegaram e fizeram maldade com ele. Fomos à Delegacia do 24º Distrito. Lá fizemos um BO (boletim de ocorrência) para pegar uma guia para ir à perícia forense. Depois pedi a um colega o telefone do Conselho Tutelar que nos buscou e nos levou à perícia e foi constatado que meu filho tinha sido violentado."
Essa não foi a primeira vez que o menino sofreu violência na escola. "Há dois anos, ele era espancado. Eu ligava, reclamava, eles mandavam eu ir lá, conversávamos, mas não resolviam nada. Agora eu tirei ele desse colégio e me deram uma declaração para colocá-lo em outro. Já o levei e dei remédio para ele se acalmar", reclamou o pai.
A diretoria da escola não quis se manifestar. Já o secretário municipal de Educação, Jaime Cavalcante, abriu uma sindicância para apurar o caso. Segundo ele, o menino, a família e a escola estão sendo acompanhados pela Célula de Mediação Social da Secretário da Educação do Ceará (Seduc).
Fonte: Ouricuri Em Evidencia